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O que é fotogrametria e para que serve?

Fotogrametria (derivação de “frame” vem do grego “photos” -light- e “gramma -tracing ou desenho-). É uma técnica de medição que recolhe informação a partir do cruzamento de duas ou mais fotografias, e cujo objetivo é captar com precisão as formas, posições e dimensões dos objetos no espaço.

Para que serve a fotogametria?

Em suma, medir (objetos físicos e ambientes) em fotos (utiliza-se a interpretação, registro e medição de imagens). Através dele é possível obter mapas e modelos de terrenos da superfície terrestre. Devido às vantagens que oferece, esta técnica é utilizada por inúmeras disciplinas, tais como:

  • Topografia: mapeamento de terrenos e cadastros.
  • Arqueologia: representação dos elementos dos sítios arqueológicos.
  • Mineração: mapeamento aéreo que serve para encontrar áreas geológicas de interesse ou afloramento de material.
  • Geologia: análise de subsidência de terras em áreas vulcânicas e acidentadas.
  • Escultura: reprodução e medidas dos corpos.
  • Ciências relacionadas ao meio ambiente: avaliação da vegetação e impacto ambiental.

De referir ainda que a fotogrametria pode fazer uso de drones (antes destes se popularizarem, os custos eram mais elevados porque envolviam a utilização de aviões, pequenos aviões ou navios pilotados) e ser complementada com sensores LiDAR (sistema de detecção e medição para objetos através do laser), que proporcionam precisão nos detalhes e reforçam a precisão dos resultados obtidos através da fotogrametria. Um exemplo desta utilização conjunta é dado através do software Pix4Dsurvey, que é orientado para a vetorização e permite aos usuários mesclar dados extraídos por LiDAR com aqueles obtidos em fotogrametria.

Origem da Fotogrametria

A origem desta disciplina está intimamente ligada à figura do coronel francês Aimé Laussedat (1819-1907), conhecido como “o Pai da Fotogrametria”, que foi o primeiro a utilizar imagens fotográficas para realizar estudos topográficos (Metrotofotografia). Outro fato relevante ocorreu em 1914, quando Otto von Gruber (agrimensor alemão que cunhou a popular frase “A fotogrametria é a arte de evitar todos os cálculos”) realizou diversos estudos que visavam fortalecer e consolidar a fotogrametria como uma prestigiosa e útil ferramenta de apoio científico pesquisar. Com o advento das tecnologias digitais a partir dos anos 90, tanto os instrumentos como as técnicas utilizadas foram sendo aperfeiçoados até tomarem a forma que conhecemos hoje.

A fotogrametria é classificada em dois tipos:

  • Dependendo do tipo de fotografia (terrestre, que se baseia no princípio de tirar fotografias do solo, e aérea, em que uma câmera é usada para tirar vistas).
  • De acordo com o tipo de tratamento (analógico, onde foi criado um modelo estereoscópico com recurso a dispositivos de restituição, analítico, que recorreu a computadores de forma a acelerar tempos e obter uma melhor qualidade de detalhes, e digital, que inclui a melhoria da utilização de diversos softwares e computadores modernos que possibilitam a exportação do resultado das imagens finais em formato vetorial ou raster).

Elementos de Fotogrametria

  • As marcas fiéis (ou fuduciais, indicadores nas bordas do filme), informações marginais (apresentam informações extremamente importantes como a data em que a missão foi realizada, altura do voo fornecida pelo altímetro, relógio, identificação da câmera, entre outros).
  • Plano focal (plano onde ocorrem os feixes de luz que se materializam no negativo quando a imagem captada é gerada).
  • Ponto principal (representa o ponto central da fotografia e é obtido unindo as marcas fiéis opostas).
  • Distância focal (inclui a distância fixa entre o centro da lente e o filme)
  • Eixo óptico (passa pelo centro geométrico da câmera).
  • Altura de voo (distância entre o terreno a ser fotografado e o centro da lente)
  • Escala (um dos principais elementos da fotogrametria, pois compreende a relação entre o que um objeto mede na fotografia captada e o seu equivalente na realidade ou a medida que representa no terreno).
  • A aerobase.
  • A fotobase.
  • A sobreposição longitudinal.
  • A sobreposição transversal.
  • A linha de voo (área principal definida pela união dos pontos principais de fotos sucessivas).
  • A projeção (cônica ou radial, na qual os feixes de luz passam pela lente).
  • O efeito drift (ocorre quando os ventos afetam o avião e o piloto acha necessário realizar uma manobra de compensação, que gera um ângulo em relação à trajetória).
  • O desvio (efeito que é produzido pelos movimentos do tipo de plataforma que está sendo utilizada).
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